segunda-feira, 30 de março de 2009

Saí à rua


Saí à rua
Depois de atravessar o vão húmido das canalizações cansadas no meu prédio, avistei a Baia na minha hora preferida. No dia anterior tinha chuvido intensamente pelo que a Marginal tinha a cor da terra arrastada pela tempestade.
O motorista já estava à minha espera junto à carrinha que nos ia levar para um cafezinho numa das pastelarias estilo português de Luanda. Antes disso aproveitei para fumar um cigarro com o primeiro ar exterior do dia. A cidade estava diferente, outra vez. Esta é, provavelmente, a única coisa que caracteriza a Luanda de hoje. Todos os dias é uma cidade diferente.
Como era domingo, o trânsito não nos condicionou e podemos atravessar o centro sem grandes demoras. O lixo acumulado nas bermas estava agora espanhalhado pelas chuvas e um número infindável de buracos nas estradas tinha nascido.No entanto, a graça de África sobrepôs-se e senti-me muito bem durante a curta viagem.
Não há tempestade que estrague a minha hora preferida.

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