quinta-feira, 20 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Luanda Jazz Festival #2

Vanessa da Mata

A boa da Vanessa não esteve assim muito activa, se calhar porque percebeu que não precisava de se cansar muito para levar o pessoal ao rubro. E até levou, já que para lá do meio da actuação os corpos começaram a juntar-se junto ao palco e já se dançava um pouco por todo o lado. A minha piquena câmara também começou aos solavancos até esgotar a bateria mesmo na saída da artista, que é uma bela artista. No entanto, deve-se notar que uma pequena parte da assistência foi abandonando o recinto, talvez por que já se ia a caminho das 2 da matina ou porque a maioria das gentes foi ver o Paulo Flores, que tocou antes.

As damas que fizeram o favor de nos acompanharem (autêntica assistência social aos desamparados) estavam animadas e ainda nos apresentaram a uns amigos, um deles, aparentemente, fotografo da Caras. Tirámos uma foto com eles e esperamos que a foto tenha saído distorcida. Por um lado, não corremos o risco de ter a fuça esplanada na capa e por outro ficamos mais atraentes.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Luanda Jazz Festival #1

freshlyground

http://www.freshlyground.com/

Luanda Jazz Festival

O nosso primeiro espectáculo em Luanda foi também o primeiro festival de jazz aqui da terra. Se bem que o conceito jazz deve ser utilizado no sentido lato, foram 4 actuações bastante agradáveis, pelo menos no 2º dia. A Vanessa estava boa à beça, o Paulo Flores estava com um mohawk na nuca, cor de rosa, os Freshlygrounded estiveram muito animados e o Totó tem uns temas com piada..
(a elaborar..)

sábado, 18 de abril de 2009

cascata indoor

..esta é a escada do nosso prédio quando chegámos a casa hoje pela hora de almoço. trata-se de uma ensaio experimental para a produção de um protótipo que mudará o desporto radical indoor. como podem perceber, trata-se da simulação de uma tempestade tropical, através da qual o aventureiro deve escalar pelos patamares escorregadiços até atingir o topo do edificio ou ser atingido por ele.. estamos tão confiantes do sucesso de tal aparato num qualquer centro comercial europeu, onde já imaginamos as familias em filas intermináveis, que já investimos os nossos fatos e sapatos para testar a subida até ao 1º andar.. um vizinho subiu até mais alto, mas não conta porque estava de impermeável..

ordinary city

..cada vez que a viatura pára, uma guarda avançada de rapaziada vendedora ambulante cerca os ocupantes com as mais variadas ofertas, trocadas por uns exponenciais kzs que podem ser negociados até ao nível do aceitável..
..dado que as viaturas nas ruas passam mais tempo paradas que a andar (devagar), o negócio tem tempo para se desenvolver.. o espaço vai faltando, mas mesmo assim chega para todos, ou não estivessem uns 6 milhões por aqui a cirandar..
..se alguém precisar de um faqueiro de 80 peças, também se arranja..

quinta-feira, 9 de abril de 2009

esperas..


É oficioso. Depois de no primeiro dia da entrada do novo código das estradas, os taxistas sem condições de circular, a grande maioria, ficaram parados e impediram os restantes poucos de circular. Os argumentos seguiram pelas vias oficiais da ameaça nada velada e da pancadaria cordial. Entra a polícia com mais fraternidade e com a compreensão devida ao caso e eis que tudo acalmou… até ao raiar do dia seguinte..
Agora, o táxi é um espécime de raro vislumbre nas ruas. Assim, estas passaram a ter as bermas calafetadas de pessoas à espera de um qualquer meio de transporte que as leve mais perto de casa. Um dos nossos colegas nativos sai de casa pelas 6:10 e chega ao trabalho pelas 7:40, vindo que vem calmamente a penantes…
A imposição da lei de forma peremptória está a causar um embaraço dos diabos pela cidade e os autocarros que foram comprados para transportar as pessoas que vieram ver o Papa ainda não estão todos em circulação. O problema é a falta de condutores habilitados para operar os autocarros, boa parte deles de turismo!!, ah pois é. A discussão se a medida é boa ou má gera alguma controvérsia.
Por um lado, o caos nas estradas tem de ser minorado, por outro o organismo da cidade não está minimamente preparado para responder às necessidades da população.
No domingo ao fim da tarde fomos inaugurar o jogging de temperatura elevada pela marginal de Luanda (começo a perceber na pele porque é que os rapazes de África são bons nas longas distância…) e pela berma vimos 4 veículos arrebentados, consequência de Sábado à noite. E pelo que vimos a caminho de casa estava uma noite bem calma..
Estamos perante uma decisão pertinente. Tirar carros e condutores desequilibrados da estrada ou bloquear os movimentos já entrelaçados dos habitantes? Por mim, não há resposta, e como indício das inevitabilidades da existência, os que foram vão esperar no além, os outros que vão ficando esperam ao pó…

sexta-feira, 3 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

selecção via satilight

nomad e marlin assistem ao jogo com o mesmo torpor nos corpos com que os jogadores portugueses levam para o campo de actividades lúdicas boleadas..


marlin desespera com mais um certeiro remate fora da baliza, o sitio onde os tipos que correm de um lado para o outro parecem querer meter a coisa redonda..

arlequino espera que a coisa acabe para poder ver um filme..

portagem com guardas

Este é o recibo da portagem do rio Kwanza, a 70km sul de Luanda. Pelo que me disseram, é a única portagem existente em solo Angolano, o que torna este papelinho um artefacto não acessível a todos. São cerca de 2€ para lá e outros para cá, para passar pela foz ao sul da capital angolana na fronteira entre a Província de Luanda e a Província do Bengo.
A ponte é do inicio dos anos 70 mas parece nova em folha e é melhor levar trocado porque o troco por vezes também reverte para o fundo rodoviário. No fim do tabuleiro dois guardas torram ao sol, não vá alguém levar a ponte para outro lugar.


Passear de barco pelo rio acima é uma actividade possível e existe um restaurante na margem que os autóctones aconselham.


Estamos convictos que tal como os lisboetas a caminho da caparica, havemos de passar para a outra margem ao ritmo dos fins-de-semana...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Saí à rua


Saí à rua
Depois de atravessar o vão húmido das canalizações cansadas no meu prédio, avistei a Baia na minha hora preferida. No dia anterior tinha chuvido intensamente pelo que a Marginal tinha a cor da terra arrastada pela tempestade.
O motorista já estava à minha espera junto à carrinha que nos ia levar para um cafezinho numa das pastelarias estilo português de Luanda. Antes disso aproveitei para fumar um cigarro com o primeiro ar exterior do dia. A cidade estava diferente, outra vez. Esta é, provavelmente, a única coisa que caracteriza a Luanda de hoje. Todos os dias é uma cidade diferente.
Como era domingo, o trânsito não nos condicionou e podemos atravessar o centro sem grandes demoras. O lixo acumulado nas bermas estava agora espanhalhado pelas chuvas e um número infindável de buracos nas estradas tinha nascido.No entanto, a graça de África sobrepôs-se e senti-me muito bem durante a curta viagem.
Não há tempestade que estrague a minha hora preferida.

chuvita de sábado a anoitecer

Esta chuvada, nem sequer particularmente violenta, transforma as ruas de Luanda em papa amarela deslizante, que apesar de tapar alguns dos buracos de um lado, abre o dobro do outro. No dia seguinte, as palmeiras andam todas tortas e a lama pinta as superfícies verticais até à altura do joelho. A trovoada é potente e consegue impor algum respeito até àqueles que gostam de ouvir um bom trovejar de fim de tarde. Quando seca, o que a + de 30º não demora mais do que… minutos, a poeira que anda pelo ar deve dar para suster um levitador pouco experiente… E ainda a época das chuvas vai começar. Cá como lá, se diz Abril águas mil, ou pelo menos tenta-se dizer, que isto de ditos populares varia conforme a latitude…

novo código no dia das mentiras

Dia 1 de Abril entra em vigor o novo código de viação em Angola, e parece que não vai ser mentira, pelo menos nos primeiros dois dias até as autoridades perderem o controlo de uma situação cujo mínimo domínio nunca tiveram…
Cintos de segurança obrigatório, proibição de falar ao telemóvel e manter uma distância de segurança lateral e lotação limitada são algumas das inovações. Inspecção automóvel também obrigatória, o que vai fazer interessante ver como é que os candongueiros e o público em geral vai lidar com a hecatombe que seria para a vida diária das pessoas se esta imposição fosse levada a sério… Se os puserem fora da estrada vai haver umas férias em massa a não ser que vá tudo acampar para a porta do trabalho, o que pelo que se vê nas ruas não é uma ideia assim tão peregrina…

Há que compreender que a maioria dos condutores aqui da terra não fica à espera de questões administrativas para dar à chave na viatura. O processo é natural e começa-se por guiar, ser apanhado sem carta, guiar, ser apanhado sem carta, guiar e agora tirar licença, o que pode ser conseguido, dizem as línguas viperinas da reacção, por 500$ sem ter de gastar tempo útil a fazer o exame propriamente dito. Um género de passagem administrativa como o governo Sócrates anda a fazer com a educação em Portugal, depois do chefe de “governo” ter experimentado pessoalmente os benefícios da coisa.
Mais nesta frente depois de se ver o que isto vai dar. A ver se conseguem tirar meia dúzia de carros das ruas. Um deles até pode ser que o camião de 18 rodados que passou hoje a 50 à hora rente ao nosso nariz numa rua de 100m. O motorista diz que estes tipos eram condutores de táxis que passaram para a artilharia pesada. Não temos razões para duvidar do bom discernimento do senhor..

sexta-feira, 27 de março de 2009

a vida é uma festa... vamos lá

04.02.44

..está inaugurado..

.. esta imagem foi tirada no dia 22/03 no Miradouro da Lua, a uns 30 Kms a sul de Luanda, que deu nome à primeira co-produção luso-angolana, O Miradouro da Lua (1992) do cineasta Jorge António. É uma arriba fóssil, com os flancos bastante erodidos em que o vermelho da terra se intercala por montes cinza lunares envoltos em verde vivo. Junto com o azul do mar, forma uma combinação de estranheza ao olhar mais poético. Para os malucos das pedras, posso dizer que se trata do Miocénico-Oligocénico na base e Pliocénico-Plistocénico no topo. Do cimo do morro têm-se uma vista imensa do mar sem ondas que encalha nesta costa. Dizem-me que é um mar perigoso pelas marés traiçoeiras que por lá se mexem, mas suspeito que o perigo maior que provoca afogamentos nestas águas é a combinação do álcool com uma intrínseca incapacidade para a prática da natação sem pé..

Na volta para Luanda, ao fim da tarde, o trânsito, apesar de mau, não era dos piores, dado que a partida do Papa fez com que 2ªfeira fosse um mais ou menos feriado, instituição que por aqui é bem respeitada e encarada de forma séria, ah pois é… Aconselho grande atenção a quem se meter à estrada nestes fins-de-semana. A combinação da loucura ao volante com o mau beber provocou o testemunhar de três rijos acidentes em 40 Kms de estrada. De notar que raramente se tratam de toques. As viaturas ficam prontas para o ferro velho e o 115 (por aqui ainda é este o nº; o da policia é 113) não está ali ao virar da esquina..

Para dizer a verdade, a memória que tenho das estradas portuguesas, nas viagens que fazia para a terra do meu pai, 25 anos atrás, não difere muito da que encontro em Angola. A grande diferença é que a maioria dos condutores não tem licença de condução e aprendem on-the-job, de boa vontade ajudados pelos chineses que estampam camiões contra tudo o que mexe, incluindo embondeiros que atravessam a estrada sem olhar para os lados…

Resumindo, o miradouro da lua vale o nome e a visita, mas não confiem nos cartazes... é que a natureza humana leva dias a esculpir superfícies destorcidas, e espaço para um belo condominio com vista para esta harmoniosa imensidão não será um dos problemas...